quarta-feira, 26 de julho de 2017
domingo, 19 de março de 2017
A SuperMáfia Internacional do LULA
LULA, O MAIOR MAFIOSO DO MUNDO
O bandido mais perigoso do mundo
Em 3 anos, Operação Lava Jato chegou a 37 países
Procuradoria tem 159 acordos de cooperação jurídica
internacional para troca de provas de corrupção e
lavagem de dinheiro pelo mundo; delação da
Odebrecht e apuração norte-americana vão
internacionalizar ainda mais o escândalo Petrobrás.
internacional para troca de provas de corrupção e
lavagem de dinheiro pelo mundo; delação da
Odebrecht e apuração norte-americana vão
internacionalizar ainda mais o escândalo Petrobrás.
Você sabe onde fica Gibraltar, ou ouvir falar do lugar? É uma pequena península, que separa a Europa da África. Com 30 mil habitantes, o país é uma montanha rochosa, banhada em um lado pelo mar Mediterrâneo e do outro pelo Atlântico, distante 7 mil quilômetros do Brasil, onde a Operação Lava Jato já chegou.
Gibraltar integra a lista de 37 países com acordo de cooperação jurídica internacional com o Brasil para troca de provas criminais com a força-tarefa da Lava Jato. Uma lista que aumentará, em 2017, em decorrência da delação premiada e o acordo de leniência da Odebrecht – previstos para serem homologados entre fevereiro e março – e da entrada dos Estados Unidos nas investigações do escândalo Petrobrás.
Com três anos de investigações, o Ministério Público Federal – de Curitiba, Rio de Janeiro e Brasília – têm 159 pedidos de cooperação com autoridades estrangeiras para instruir ações penais, relacionadas às descobertas da Lava Jato. São inquéritos e processos que apuram corrupção, lavagem de dinheiro e fraudes contratuais. O balanço é da Procuradoria Geral da República (PGR).
A lista de países em cooperação com o Brasil não chega a ser comparada com a de delegações que entram em desfile na abertura das Olimpíadas, mas também é longa e variada: Estados Unidos, Canadá, Panamá, República Dominicana, Guatemala, Uruguai, Peru, Ilhas de Man, Andorra, Alemanha, Dinamarca, Suíça, Suécia, Rússia, Macau, China, Cingapura, Hong Kong, entre outros. São países espalhados por quase todo globo terrestre – Oceania e África não aparecem.
Os acordos jurídicos – feitos com base em tratados e convenções internacionais – servem para autoridades de um país requisitarem a outros países oitivas de pessoas (testemunhas ou investigadas), para produzir e compartilhar provas documentais, para quebrar sigilos bancário, telefônico e de e-mails, para bloqueios de bens ou valores e para prisões e extradições.
Há dois tipos de acordos de cooperação jurídica internacional: ativo e passivo. O ativo é quando o Brasil solicita a produção de provas às autoridades de um país estrangeiro. Passivo é quando autoridades brasileiras são requisitadas para produzirem e enviarem provas para investigações internacionais. No nosso País, os acordos são feitos pelo Ministério da Justiça ou pela Procuradoria Geral da República (PGR).
São desses acordos que vieram as provas de contas secretas da Odebrecht e do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Suíça – primeiro país a firmar acordo com o Brasil.
Foram eles também que permitiram a repatriação de R$ 550 milhões para o Brasil de recursos desviados da Petrobrás. É o maior volume de recursos de crimes mantidos fora do País já recuperados, destaca o secretário de Cooperação Internacional da PGR. Antes da Lava Jato, R$ 45 milhões era o total repatriado em todas as investigações dos 10 anos anteriores.
“Os pedidos de cooperação internacional permitiram seguir as pegadas do dinheiro ao redor do mundo e foram uma das três principais características do novo modelo de investigação inaugurado pela Lava Jato (no Brasil)”, afirmou o procurador da República Deltan Dallagnol, da força-tarefa de Curitiba – origem das investigações na Petrobrás.
Car Wash. Até novembro deste ano, 17 países pediram documentos para o Ministério Público Federal do Brasil, em 26 acordos para instruir investigações próprias. Além de Estados Unidos e Suíça, que neste mês divulgaram publicamente suas investigações, após acordos de colaboração com a Odebrecht, autoridades da Itália, Dinamarca, Suécia, Noruega e Guatemala têm obras e negócios em seus países sob apuração criminal e já solicitaram provas à Lava Jato.
Há ainda os países que abriram investigações, mas não buscaram colaboração com o Brasil. E os que ainda serão citados oficialmente nas delações da Odebrecht, como México e El Salvador, que poderão buscar cooperação para procedimentos internos.
No caso das investigações brasileiras, foram 33 países que receberam pedidos do MPF, em 122 termos de cooperação – a maior parte para produção de documentos. São solicitações enviadas a países como Cingapura, onde estão alguns dos estaleiros contratados pela Petrobrás, e Gibraltar, onde está um importante porto de reparos navais. Ou Liechtenstein, Ilhas Cayman e Uruguai, que eram países usados para abertura de contas secretas e movimentações de dinheiro para lavagem.
“A mancha de países com cooperação com o Brasil, nos grandes casos, sempre se centrou no Uruguai, ou no Caribe, Estados Unidos e Suíça. E hoje se vê, sobretudo na Lava Jato, que essa mancha no mapa transitou rumo aos países da Ásia, em operações que tiveram repercussão no caso”, destacou o secretário de Cooperação Internacional da Procuradoria Geral da República, Vladimir Aras.
Na China, por exemplo, país que tradicionalmente não mantinha acordos com o Brasil, a Lava Jato buscou dados sobre as contas usadas pelo doleiro Alberto Youssef para lavar dinheiro, em especial, da Odebrecht, via outro doleiro preso nas investigações, Leonardo Meireles.
Vladimir Aras, secretário de Cooperação Internacional da PGR
Internacionalização. O caso do Banestado, de evasão de mais de R$ 20 bilhões em divisas, via contas CC-5, no banco do Estado do Paraná, na década de 1990, é até hoje o caso com maior volume de acordos jurídicos internacionais do Brasil: 180, quase todos, com os Estados Unidos.
“A previsão é que a Lava Jato ultrapasse esse número de acordos”, afirmou Aras. Em 2017, novas apurações, dentro e fora do Brasil, em negócios do setor de óleo e gás e obras de outros setores, como os de transportes e energia, trarão mais empresas, em especial, multinacionais para o foco da Lava Jato, ampliando a rede de crimes financeiros na mira do escândalo.
É a Car Wash (Lava Jato, em inglês), que deve elevar o caso Petrobrás para uma das maiores investigações contra a corrupção e a lavagem transnacional de dinheiro do mundo, avaliam procuradores das três forças-tarefas, de Curitiba, Rio e da PGR, em Brasília.
A internacionalização das investigações também tem um aspecto político, avaliam procuradores das forças-tarefas da Lava Jato ouvidos pela reportagem. A atenção internacional no caso brasileiro e o maior volume de investigações pelo mundo, deve ajudar autoridades locais no enfrentamento à “contraofensiva” deflagrada para frear as investigações.
Para a força-tarefa, políticos do atual governo e sua base aliada no Congresso deram início, no final de 2016, à maior ofensiva contra a Lava Jato, desde que ela foi deflagrada, em março de 2014, para limitar o foco de apurações ao estágio atual. Propostas de leis, como a de abuso de autoridade, do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ou as alterações no pacote de 10 Medidas contra a Corrupção – projeto de lei de iniciativa popular encabeçado pelo MPF –, que seriam tentativas de intimidar investigadores, devem voltar à discussão com o fim do recesso. Para os procuradores, o foco internacional na Lava Jato pode servir para pressionar políticos envolvidos nesse embate.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2017
FAKE NEWS EM GOTAS
Postado por Aluizio Amorim às 2/21/2017 02:35:00 AM
terça-feira, fevereiro 21, 2017
35 PERGUNTAS PARA OS DIRETORES E JORNALISTAS DA GLOBO NEWS. OU: CHEGA DE 'FAKE NEWS'
João Cesar de Melo, do Ilisp - Instituto Liberal de São Paulo, um artista plástico, formado em arquitetura e articulista, decidiu passar a limpo da Globo News, aquela que nunca desliga, ou seja, produz fake news 24 horas por dia. Mas a gota d'água que fez cair a máscara dessa emissora de TV foi a retumbante guinada conservadora que se verifica em todo o mundo ocidental. Mormente a eleição de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos, evento que arrancou a derradeira máscara da dita 'isenção jornalística'. Não sobrou um só jornalista de verdade na grande mídia, com exceção da Fox News nos Estados Unidos, que ainda possui programas que metem o dedo na ferida e que denunciam sem qualquer rodeio os vassalos de Marx, Lenin, Fidel e criminosos similares.
João Cesar de Melo deu-se ao trabalho de ler Os Princípios Editoriais do Grupo Globo, onde esse conglomerado de mídia apresenta os quesitos necessários da informação de qualidade, descrevendo o que seria um jornalismo imparcial.
A GloboNews reconhece que é impossível ser completamente imparcial, porém, insiste que persegue esse ideal. Diante dessa declaração, o articulista decidiu fazer 35 perguntas as herdeiros do falecido Dr. Roberto Marinho, bem como aos seus sequazes, ou seja, aqueles que promovem a lavagem cerebral bundalelê dos telespectadores por meio de um festival de fake news.
Decidi transcrever para os estimados leitores as 35 perguntas formuladas pela João Cesar de Melo. A Globo News nunca desliga, mas as pessoas inteligentes desligam sem qualquer cerimônia essa máquina de lavar cérebros levando os incautos a aceitar coisas como "Donald Trump é um maluco"; "Lula é um grande líder"; o "comunismo não existe mais", "o aquecimento global é verdade", "a direita não é direita, é extrema-direita" e "os terroristas islâmicos são pobres refugiados" e finalmente, "não existe mais os gêneros masculino e feminino".
Leiam as 35 perguntas à Rede Globo. O texto é longo mas vale muito a pena ler. Depois de ler tudo você estará muito bem "armado" para identificar o que realmente são fatos ou puro delírio ideológico desses idiotas a soldo da ONU, ONGs, União Europeia e outras entidades que se dedicam a detonar a civilização ocidental:
1 – Por que a GloboNews, que sempre destaca o “avanço da extrema-direita”, se nega a pronunciar o termo “extrema-esquerda” ao se referir a grupos terroristas como MST e MTST, bem como a partidos como PSOL, PCdoB e parte do PT?Leiam as 35 perguntas à Rede Globo. O texto é longo mas vale muito a pena ler. Depois de ler tudo você estará muito bem "armado" para identificar o que realmente são fatos ou puro delírio ideológico desses idiotas a soldo da ONU, ONGs, União Europeia e outras entidades que se dedicam a detonar a civilização ocidental:
2 – Por que a GloboNews, que sempre nos alerta para os perigos do “totalitarismo da extrema-direita”, se nega a pronunciar o termo “ditadura socialista” ao se referir ao regime que impera em Cuba?
3 – Por que a GloboNews se mostrou completamente indiferente aodecreto de Barack Obama que acabou com a política de acolhimento de dissidentes cubanos, mas duas semanas depois passou a dedicar grande parte da programação a repudiar o decreto de Donald Trump que proíbe a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de sete países?
4 – Por que a GloboNews, na retrospectiva que fez do governo Obama, não lembrou do gigantesco sistema de espionagem denunciado por Edward Snowden, nem que o democrata foi opresidente americano que mais deportou imigrantes ilegais na história?
5 – Por que a GloboNews se nega a lembrar aos seus telespectadores que a ditadura socialista em vigor na Venezuela conta com o apoio de PT, PSOL e PCdoB?
6 – Por que os apresentadores, jornalistas e comentaristas nunca se deram ao trabalho de questionar o apoio do PCdoB à ditadura norte-coreana?
7 – Por que a GloboNews oferece grande espaço a pessoas que defendem a ditadura cubana que ocorre até os dias atuais?
8 – Por que a GloboNews nunca produziu uma única reportagem sobre as reais intenções e os verdadeiros financiadores dos grupos comunistas-terroristas que existiram durante a ditadura militar brasileira?
9 – Por que a GloboNews frequentemente coloca no ar programas sobre perseguições, torturas e assassinatos promovidos pela ditadura militar brasileira, mas nunca levou ao ar qualquer matéria sobre as perseguições, torturas e assassinatos promovidos pela ditadura socialista cubana?
10 – Por que todos os funcionários da GloboNews são incapazes de chamar Fidel Castro de ditador?
11 – Por que a GloboNews, no último aniversário de Fidel Castro e também na semana de seu falecimento, optou por veicular uma série de reportagens cobrindo-o de elogios e omitindo os absurdos que ele impôs ao povo cubano?
12 – Por que os repórteres da GloboNews que estiveram em Havana para cobrir o funeral do ditador preferiram reproduzir a propaganda oficial de que “o povo estava sofrendo a morte do grande líder”, quando isso não era realidade?
13 – Por que o “jornalismo investigativo” da GloboNews nunca se interessou em fazer reportagens sobre a falácia dos “avanços sociais” em Cuba ou sobre as expropriações e confiscos em massa que os socialistas impuseram aos cubanos?
14 – Por que a GloboNews nunca se deu ao trabalho de informar aos seus milhões de assinantes que o embargo americano nunca impediu que Cuba se relacionasse comercialmente com todos os outros países do planeta?
15 – Por que os tantos apresentadores, jornalistas e comentaristas do canal nunca acharam pertinente informar ao grande público que uma das principais promessas dos revolucionários cubanos era romper relações comerciais com os Estados Unidos?
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Onde aparece CNN substitua pela logomarca da Globo News |
17 – Por que a GloboNews é sempre muito solidária ao drama dos refugiados árabes que chegam em balsas à Europa, mas nunca teve o mesmo apreço pelos cubanos que chegavam em balsas aos Estados Unidos?
18 – Por que a GloboNews se nega a dizer que as FARCs formam um grupo socialista que tentou, por mais de 50 anos e por meio do terrorismo, implantar uma ditadura marxista na Colômbia?
19 – Por que a GloboNews coloca no ar, toda semana, uma reportagem criticando o capitalismo americano, mas nunca se interessou em informar que os Estados Unidos têm o maior nível de filantropia do mundo e os cidadãos considerados “pobres” do país têm rendas e desfrutam de uma infraestrutura urbana muito superior à classe média brasileira?
20 – Por que a GloboNews, que frequentemente critica o capitalismo, não coloca no ar programas que mostrem como este “sistema” tirou a humanidade da quase completa miséria para uma condição em que um pobre de nossos dias vive incomensuravelmente melhor do que um burguês do século XVIII?
21 – Por que os correspondentes da GloboNews em Nova York, que tanto criticam o porte de armas nos Estados Unidos, nunca se interessaram em informar aos telespectadores que a taxa de assassinatos naquele país é 6 vezes menor do que a registrada no Brasil, país com 120 milhões de habitantes a menos e 20 vezes menos armas nas mãos de civis?
22 – Por que no programa Estúdio I os “debates” acontecem apenas entre pessoas de posicionamento de esquerda?
23 – Por que, ao tratar de assuntos como porte de armas e imigração, a GloboNews consulta apenas “especialistas” alinhados à esquerda?
24 – Por que a GloboNews sempre relembra o nazismo alemão e nos alerta para as “ameaças do neonazismo” no Brasil e no mundo, mas nunca foi capaz de colocar no ar qualquer reportagem sobre os mais de 100 milhões de mortes promovidas pelos regimes comunistas/socialistas?
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A grande mídia trabalhando |
26 – Por que a GloboNews insiste em chamar de “manifestantes” os vândalos e terroristas mascarados que depredam cidades?
27 – Por que a GloboNews chamou as invasões às escolas públicas de “ocupações”?
28 – Por que a equipe de jornalismo do canal que diz ter um “compromisso com a verdade” nunca se aprofundou para mostrar os partidos socialistas por trás dessas invasões?
29 – Por que a GloboNews destrata o cristianismo enquanto enaltece o islamismo?
30 – Por que a GloboNews, em consideração aos seus telespectadores católicos e protestantes, não faz reportagens sobre as perseguições que as comunidades cristãs no Oriente Médio sofrem todos os dias, vítimas de indescritíveis atrocidades promovidas por grupos muçulmanos?
31 – Por que a GloboNews, sempre tão preocupada com os direitos das mulheres e das crianças, não faz reportagens sobre as constantes violências que elas sofrem nos países islâmicos, de humilhações públicas à pedofilia consentida por famílias, líderes religiosos e governos?
32 – Por que a GloboNews, depois de cada atentado terrorista, se esforça tanto em mostrar que o islamismo, que não respeita nossa cultura, deve ser respeitado?
33 – Por que a GloboNews, depois de cada atentado terrorista, providencia um “especialista” para dizer que não podemos permitir que se alastre um sentimento “islamofóbico”?
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O dia em que o Presidente Donald Trump calou os serviçais de George Soros et caterva |
35 – Por que o canal que se diz democrático e aberto ao debate se recusa a dar voz aos grupos liberais que estão surgindo no Brasil?
Estas perguntas respondem a si mesmas; evidenciam que a GloboNews, em vez de perseguir o ideal de imparcialidade, opta pelo contrário.
O canal não se guia pela ética ao noticiar os absurdos que foram promovidos pelo PT e seus comparsas, investigados pela Lava Jato, os noticia apenas porque rende audiência, que rende anúncios, que rende dinheiro. A GloboNews dá a notícia, mas toma os devidos cuidados para não relacionar a roubalheira e a recessão provocadas pelo PT ao que acontece em todos os países que se deixam levar pela maré vermelha.
Não estou revelando nenhum segredo. Exponho o viés socialista do canal para sugerir a substituição de todos os itens do capítulo “A isenção” presentes nos princípios editoriais por apenas uma frase:
“A GloboNews, seguindo o princípio da Rede Globo, apresenta-se como um canal do movimento socialista brasileiro e não mede esforços em dar voz aos artistas, grupos, lideranças, partidos e governos de esquerda, lutando, assim, contra os pensamentos conservadores e liberais.”
A GloboNews não perderia ainda mais telespectadores, apenas deixaria claro para todos, de uma vez, quais são os princípios que norteiam o canal. Ou é melhor que suas convicções ideológicas continuem “escondidas”?
domingo, 12 de fevereiro de 2017
Mecanismo de Exploração
Desobediência civil
O explorado do sistema político brasileiro deve se perguntar: se a lei não se aplica a todos, por que diabos se aplicaria a mim?
José Padilha, O Globo
A História recente do Brasil se caracteriza pela substituição de uma ditadura de direita, que controlava o país na ponta da baioneta e explorava a sociedade auferindo “vantagens competitivas” para grupos empresariais “amigos” do regime, por um mecanismo de dominação mais suave, em que a democracia e as eleições diretas legitimam a exploração econômica da sociedade por grandes fornecedores do Estado associadas a quadrilhas travestidas em partidos políticos.
Uso o termo “mecanismo de exploração” porque, de fato, opera no Brasil um mecanismo amplo e recorrente, empresarial e juridicamente estruturado, que tem a função precípua de desviar recursos públicos. Os recursos públicos, evidentemente, nada mais são do que uma parcela do trabalho e do esforço do cidadão comum, no caso, o explorado.
Este mecanismo funciona da seguinte forma: Os partidos ou as coligações de partidos políticos que vencem as eleições indicam seus operadores para cargos-chave da administração pública. A função dos operadores é costurar acordos com cartéis e empresas fornecedoras de bens e de serviços para o Estado, de modo a superfaturar os orçamentos do setor público (Nestor Cerveró é um exemplo de operador).
O direito de indicar um operador para um cargo público é a principal moeda de troca dos partidos políticos brasileiros, sendo parte essencial das relações entre o Poder Executivo e o Legislativo em todas as esferas do poder público. Uma diretoria da Petrobras ou uma presidência do BNDES valem muito. Já o controle do Daerp, Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto, vale menos. Mas vale alguma coisa.
O mecanismo de exploração a que me refiro não abre mão de um único orçamento público, por menor que ele seja. Os orçamentos públicos superfaturados geram uma receita “extra” para as empresas fornecedoras do Estado. Essa receita, apesar de ser fruto de corrupção, entra legalmente na contabilidade dessas empresas. Todavia, parte dela pertence aos políticos e precisa ser repassada para eles.
O repasse acontece de três formas:
1) Parentes, prepostos e amigos dos políticos formam empresas que prestam serviços para as fornecedoras do Estado. Em troca desses “serviços”, recebem espantosas remunerações, que nada mais são do que o kick-back da corrupção. (A GameCorp, do filho de Lula, faturou mais de R$ 350 milhões entre 2005 e 2017. O escritório de advocacia da mulher de Sérgio Cabral faturou R$ 35 milhões durante os mandatos do seu marido). Note que não há caixa dois nesse esquema. É tudo por dentro.
2) Por meio da doação “legal” de recursos para campanhas políticas. Nesta modalidade, também não há crime fiscal atrelado ao crime de corrupção. Esse tipo de repasse é particularmente perverso, pois aufere vantagem competitiva a políticos corruptos e transforma campanhas políticas em atividades criminais. (Muita gente boa defende Dilma Rousseff alegando ser este o seu único crime...)
3) A lavagem de dinheiro é, de longe, a forma de repasse que movimenta o maior volume de recursos. Tanto assim que demanda mão de obra especializada. O doleiro, profissão peculiar do Brasil, tem a função de montar empresas fajutas, de emitir notas frias para retirar recursos da contabilidade das fornecedoras do Estado, e de distribuir esses recursos para os políticos. Organiza entregas de maletas com dinheiro vivo, paga despesas para políticos (e para suas amantes), viabiliza aportes de caixa dois em campanha eleitoral e faz remessas para empresas offshore. Um verdadeiro concierge do crime.
Essas três formas de kick-back constituem, de longe, a maior parte da receita dos políticos e de seus partidos. (Note o absurdo dessa frase, que, no entanto, é verdadeira). Note ainda que o mecanismo descrito acima obedece um padrão de fractal, e se repete em todas as esferas do poder público “democraticamente constituído” no país: no governo federal, nos 26 estados , nas 5.570 cidades e em suas respectivas Assembleias Legislativas.
Obviamente, um sistema de exploração com tal extensão e profundidade só pode existir mediante a adoção de legislação especializada (o foro privilegiado é apenas um exemplo) e com a conivência e a participação do Poder Judiciário. De fato, a aceitação da corrupção sistêmica pelo Poder Judiciário sempre foi uma característica básica da democracia brasileira. Tanto assim que, desde 1988, mais de 500 parlamentares foram investigados pelo STF, tendo a primeira condenação ocorrido apenas em 2010.
A absolvição de políticos por prescrição de pena, simples e cinicamente porque o STF não teve tempo para julgá-los, é lugar-comum. Assim como, tenho certeza, é lugar-comum a corrupção de magistrados das mais altas Cortes do país. O mensalão e a Lava-Jato representam quebras desse paradigma. Resulta daí a sua importância histórica, e resultam daí, também, os ataques da classe política ao Poder Judiciário, evidenciados em projetos de lei feitos para coibir juízes e procuradores e em proposta de anistia para crimes atrelados ao caixa dois.
Desde o início de nossa incipiente democracia, bilhões e bilhões de dólares foram desviados dos cofres públicos, afetando negativamente a Educação, a Saúde, a Segurança Pública e a economia, e contribuindo para a pobreza e para a fome de milhões de brasileiros. Os nossos exploradores “democráticos”, empresários e políticos, têm sangue nas mãos. Mataram muita gente. Destruíram sonhos e desperdiçaram talentos.
Ao manter um cidadão, réu de crime de peculato e que se recusou a cumprir ordem judicial, solto e presidente do Senado, o STF confirmou que é subserviente ao mecanismo de exploração descrito acima, lançou sérias dúvidas sobre a honestidade de seus membros e aboliu a vigência da lei para os poderosos. Isso em plena luz do dia. Difícil imaginar argumento melhor a favor da desobediência civil, a tese de que um indivíduo pode, ou mesmo deve, se recusar publicamente a cumprir a lei quando confrontado por um Estado inerentemente injusto.
O filósofo americano Henry David Thoreau praticou a desobediência civil quando se recusou a pagar impostos para um governo que considerava a escravidão legal. A História, diga-se de passagem, deu-lhe razão. Pois bem. O explorado do sistema político brasileiro, o cidadão comum que não tem Segurança Pública, que convive com um sistema de Saúde caótico e que não tem acesso à Educação, mas que paga seus impostos regiamente, deve estar se perguntando: se os políticos roubam o meu dinheiro com a conivência do Judiciário, se a lei não se aplica a todos, por que diabos se aplicaria a mim?
O MECANISMO - Entenda como funciona a corrupção no Brasil
O MECANISMO
- Entenda como funciona a corrupção no Brasil
José
Padilha: “Quadrilhas operam política no Brasil”
Brasil
12.02.17 16:44
Em artigo no
Globo, o cineasta José Padilha, que prepara um filme sobre a Lava Jato, elenca
27 pontos do "mecanismo" que opera na base da política brasileira.
Segundo
Padilha:
1) Na base
do sistema político brasileiro opera um mecanismo de exploração da sociedade
por quadrilhas formadas por fornecedores do estado e grandes partidos
políticos. (Em meu ultimo artigo, intitulado Desobediência Civil, descrevi como
este mecanismo exploratório opera. A diante me refiro a ele apenas como “o
mecanismo”.)
2) O
mecanismo opera em todas as esferas do setor público: no legislativo, no
executivo, no governo federal, nos estados e nos municípios.
3) No
executivo ele opera via o superfaturamento de obras e de serviços prestados ao
estado e as empresas estatais.
4) No
legislativo ele opera via a formulação de legislações que dão vantagens
indevidas a grupos empresariais dispostos a pagar por elas.
José
Padilha: corrupção elegeu todos os presidentes
Brasil
12.02.17 16:48
A
articulação dessas quadrilhas de grandes partidos e fornecedores do Estado é
chamada, por Padilha, de “mecanismo”. O cineasta é claro em relação à sua
capacidade de controlar o poder.
Como
escreveu em O Globo:
"5) O
mecanismo existe a revelia da ideologia.
6) O
mecanismo viabilizou a eleição de todos os governos brasileiros desde a
retomada das eleições diretas, sejam eles de esquerda ou de direita.
7) Foi o
mecanismo quem elegeu o PMDB, o DEM, o PSDB e o PT. Foi o mecanismo quem elegeu
José Sarney, Fernando Collor de Mello, Itamar Franco, Fernando Henrique
Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer.
8) No
sistema político brasileiro a ideologia está limitada pelo mecanismo: ela pode
balizar politicas públicas, mas somente quando estas políticas não interferem
com o funcionamento do mecanismo.
9) O
mecanismo opera uma seleção: políticos que não aderem a ele tem poucos recursos
para fazer campanhas eleitorais e raramente são eleitos."
José
Padilha: mecanismo afasta inteligentes e honestos
Brasil
12.02.17 16:54
Para dar
certo, o mecanismo da corrupção brasileira impõe limites rígidos no perfil de
quem pode entrar na política.
No artigo,
Padilha afirma:
"10) A
seleção operada pelo mecanismo é ética e moral: políticos que têm valores
incompatíveis com a corrupção tendem a serem eliminados do sistema politico
brasileiro pelo mecanismo.
11) O
mecanismo impõe uma barreira para a entrada de pessoas inteligentes e honestas
na política nacional, posto que as pessoas inteligentes entendem como ele
funciona e as pessoas honestas não o aceitam.
12) A
maioria dos políticos brasileiros tem baixos padrões morais e éticos. (Não se
sabe se isto decorre do mecanismo, ou se o mecanismo decorre disto. Sabe-se,
todavia, que na vigência do mecanismo este sempre será o caso.)"
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José
Padilha: mecanismo depende de Estado gastão
Brasil
12.02.17 17:07
Para o
cineasta, eficiência e transparência são incompatíveis com o esquema montado
pelas quadrilhas que dominam a máquina pública. Leia:
"13) A
administração pública brasileira se constitui a partir de acordos relativos a
repartição dos recursos desviados pelo mecanismo.
14) Um
político que chega ao poder pode fazer mudanças administrativas no país, mas
somente quando estas mudanças não colocam em cheque o funcionamento do
mecanismo.
15) Um
político honesto que porventura chegue ao poder e tente fazer mudanças
administrativas e legais que vão contra o mecanismo terá contra ele a maioria
dos membros da sua classe.
16) A
eficiência e a transparência estão em contradição com o mecanismo.
17) Resulta
daí que na vigência do mecanismo o estado brasileiro jamais poderá ser
eficiente no controle dos gastos públicos."
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José
Padilha: corrupção dita ciclos econômicos
Brasil
12.02.17 17:11
O tão
conhecido voo de galinha da economia brasileira é uma consequência direta do
mecanismo de corrupção que domina o Estado. Como afirma Padilha:
“18) As
políticas econômicas e as práticas administrativas que levam ao crescimento
econômico sustentável são, portanto, incompatíveis com o mecanismo, que tende a
gerar um estado cronicamente deficitário.
19) Embora o
mecanismo não possa conviver com um estado eficiente, ele também não pode
deixar o estado falir. Se o estado falir o mecanismo morre.
20) A
combinação destes dois fatores faz com que a economia brasileira tenha períodos
de crescimento baixos, seguidos de crise fiscal, seguidos ajustes que visam
conter os gastos públicos, seguidos de novos períodos de crescimento baixo,
seguidos de nova crise fiscal...”
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José
Padilha: Lava Jato é mais importante que economia no curto prazo
Brasil
12.02.17 17:16
O cineasta
José Padilha diz que a Lava Jato é fruto de uma conjunção improvável e defende
que é mais importante acabar com a corrupçãodo que assegurar a estabilidade
econômica no curto prazo...
“22) A
operação Lava-Jato só foi possível por causa de uma conjunção improvável de
fatores: um governo extremamente incompetente e fragilizado diante da derrocada
econômica que causou, uma bobeada do parlamento que não percebeu que a
legislação que operacionalizou a delação premiada era incompatível com o
mecanismo, e o fato de que uma investigação potencialmente explosiva caiu nas
mãos de uma equipe de investigadores, procuradores e de juízes rígida,
competente e com bastante sorte.
23) Não é
certo que a Lava-Jato vai promover o desmonte do mecanismo. As forças politicas
e jurídicas contrárias são significativas.
24) O Brasil
atual esta sendo administrado por um grupo de políticos especializados em
operar o mecanismo, e que quer mantê-lo funcionando.
25) O
desmonte definitivo do mecanismo é mais importante para o Brasil do que a
estabilidade econômica de curto prazo.
26) Sem
forte mobilização popular é improvável que a Lava-Jato promova o desmonte do
mecanismo.
27) Se o
desmonte do mecanismo não decorrer da Lava-Jato, os políticos vão alterar a
lei, e o Brasil terá que conviver com o mecanismo por um longo tempo."
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